Rendando Histórias
A coleção Rendando Histórias é um encontro entre as mãos das rendeiras e as figuras da
brincadeira do Cavalo Marinho, tradição da zona da mata pernambucana.
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O Projeto
O projeto Rendando Histórias se fundamenta na conexão entre a festa do cavalo marinho e o fazer das mulheres rendeiras da Comunidade da Aldeia de Carapicuíba.
A Oca Escola Cultural, em 1996, teve seu berço na Praça da Aldeia de Carapicuíba, dentro de um patrimônio histórico que lhe serviu e lhe serve ainda hoje de “casa”. Esta casa recebeu o primeiro mestre de muitos que viriam ao longo de sua história: o mestre Edielson, do Cavalo Marinho “Boi Matuto”, de Pernambuco, filho do renomado Mestre Salustiano. Ele trouxe em sua bagagem a arte de bordar, cantar, dançar, brincar e representar e aqui instaurou o “Boizinho da Aldeia”, que veio para ficar e que nos últimos vinte e quatro anos vem proporcionando o encontro entre gerações de migrantes que encontram na Oca a valorização de suas identidades e sentido de pertencimento.
A brincadeira do Cavalo-Marinho é um patrimônio cultural imaterial brasileiro que engloba movimentações corporais, gestos e pantomimas, música, um grupo de tocadores, poesia cantada e falada e drama sóciocultural, envolvendo o cotidiano dos brincadores que já estiveram na condição de cortadores de cana-de-açúcar.
Quem faz a coleção Rendando Histórias com as Rendeiras da Aldeia
Ana Vaz
Graduada em Comunicação Social (PUC Minas), pós-graduada em Marketing (Fundação João Pinheiro/MG). Desde de 2001 atua como designer têxtil em construções produzidas integralmente à mão. Além de trabalhos autorais - acessórios, objetos, roupas, etc. - atua, também, com desenvolvimento de peças para marcas conceituadas no mercado da moda nacional e internacional. Desde 2010, vem construindo uma trajetória ligada a projetos sociais, em diversas regiões do Brasil, com o objetivo de resgatar, estimular e divulgar os saberes e os fazeres populares artesanais e promover a geração de renda.
Alexandre Rousset
Formado em Arquitetura e Urbanismo pela PUC Minas, atua desde 1996 em projetos de Arquitetura, propriamente dita, bem como no universo da ‘Arquitetura efêmera’. Sua experiência está ligada a trabalhos de cenografia para exposições (Expografia), para teatro e dança (Cenografia e Figurinos) e para a ‘moda’ (campanhas, editoriais, desfiles, feiras). Atua também em trabalhos de restauração e adaptação a novo uso de bens tombados e protegidos.
Viviane Fortes
Atua desde 2000 com o fortalecimento da identidade cultural de comunidades e grupos de mulheres no Vale do Jequitinhonha (MG) e em outras regiões do país, identificando as potências individuais e coletivas de cada grupo/comunidade e criar pontes para que a comunidade floresça. Consultora das Rendeiras da Aldeia desde 2015 no processo de construção de uma identidade para o grupo, um caminho coerente e verdadeiro que trouxe à frente a expressão individual e ampliou a força do coletivo na produção das peças em renda renascença.
Rinaldo Martinucci
Diretor de Fotografia, atua com projetos para a TV, filmes institucionais, cinema, teatro e still. Em seu portfólio conta com os longas metragem “Primavera” e “Milagre de Santa Luzia”; os curtas metragem “Loura Incendiária”, “Jardim Serrado”, “Empedocles” e “Passeio no Recanto Silvestre”; os documentários “Los Sin Tierra”, “Monteiro Lobato Ponto e Vírgula”, “Redescobrindo o Brasil”, “Procura-se Janaína”, “Fiesta de los Muertos” e “VARIG-Londres”. Fotografou para a TV “Gente de Expressão”, “Por Acaso”. No teatro atuou como Lighting Designer para a peça “Festim Diabólico”.
“Véia” do Bambu
O Cavalo Marinho apresenta críticas sociais e consolida uma identidade sociocultural, mantendo seus atores sociais conectados com os aspectos culturais costumeiramente praticados por seu grupo. Dentro deste contexto apresenta figuras que trazem a identidade e o cotidiano da localidade. Dentre essas figuras está a “Véia”, uma das mais populares da brincadeira. Engraçada e muito fogosa, com características grotescas, é encenada normalmente por um homem vestido de mulher.
Cavalo Marinho
O As Rendeiras da Aldeia são um grupo de mães e mulheres que, desde 2006, se encontram para exercitar, produzir, preservar e difundir as tradições de um ofício que trouxeram das suas regiões de origem e que garante, hoje, um resultado rico e maduro na perspectiva concreta dos trabalhos produzidos, bem como no lugar simbólico dos resultados culturais alcançados.
Neste mesmo ‘ambiente’ de convivência e de troca, realiza-se e preserva-se, ano após ano, os festejos do ‘Cavalo Marinho’. A herança festiva, trazida de Pernambuco, tem aí seu palco para os brincantes vestirem suas máscaras e celebrarem sua vida e sua ancestralidade.
Em 2021, a Oca Escola Cultural, instituição que abriga estes e outros grupos e projetos, comemorou 25 anos e, uma das ações para avivar este momento emblemático foi a criação de uma coleção de máscaras, tecidas pelas Rendeiras da Aldeia a partir da tradição da Festa do Cavalo Marinho. Esta coleção contou com a consultoria da tecedeira de projetos culturais Viviane Fortes, com a criação das máscaras da artista e Rendeira da Aldeia Núbia Esteves e com a direção criativa da artista têxtil Ana Vaz.
As mulheres que sempre se põem em roda para rendar, os brincantes que sempre se formam em torno de uma roda para cantar, dançar e representar, se misturaram num novo círculo construído sobre a tradição, o trabalho, o encontro e a festa! O resultado deste encontro é uma coleção das máscaras tecidas pelas Rendeiras da Aldeia e um filme, com a concepção cenográfica do arquiteto Alexandre Rousset.